Estudo de caso
Crianças Especiais - Síndrome de Down
Como qualquer outra criança, as portadoras desta alteração cromossômica precisam sentir-se aceitas, queridas e respeitadas.
Face arredondada, boca entreaberta, língua volumosa e produza (para fora da boca), olhos com forma diferenciada devido ás pregas nas pálpebras, membros pequenos e tônus muscular enfraquecido. Assim é, aparentemente, os portadores da Síndrome de Down, um acontecimento genético natural e universal, que está presente em todas as raças e classes sociais.
A Síndrome de Down ou Trissomia 21 é uma deficiência mental congênita causada pela presença de um cromossomo 21 extra, total ou parcial. No entanto, Down não pode ser considerada uma doença e, dessa forma, não se deve dizer que uma criança sofre ou é vítima da Síndrome. O correto é dizer que a criança te, nasceu com ou é portadora da anomalia. (Texto: Michel Almeida, Psicólogo, revista O Guia para Educadores, abril2009, nº 01 Agepress).
Na escola que trabalho, EM Duque de Caxias, no ano de 2007 recebemos um aluno com a Síndrome de Down, e ele foi meu aluno na 1ªsérie. No campo do desenvolvimento social e emocional, estas crianças têm algumas dificuldades. Ficam frustradas e ansiosas mais facilmente, não assimilam bem a aprendizagem abstrata e têm mais facilidade com conteúdos concretos. Eles em ainda uma capacidade de concentração mais curta e demoram mais tempo para aprender regras sociais como a partilha, a cooperação e o trabalho em equipe, por exemplo. Por isso, precisam de suporte adicional na aprendizagem social. Eu fui trabalhar com ele por opção, pois neste ano eu iria trabalhar com a 2ª série, e a professora que estava destinada para a 1ª série não estava muito encorajada a trabalhar com uma criança com a Síndrome de Down. Então resolvemos trocar ela ficou com a turma de 2ª série e eu com a 1ª. No primeiro dia ele chegou muito disposto, com seus materiais. A mãe me entregou ele, e foi embora, e ele ficou bem tranquilo, as outras mães dos alunos, ditos normais, ficaram na porta da sala e algumas crianças choravam, não querendo que suas mães fossem embora. Sua fala é bem comprometida não entendia quase nada do que ele falava, quando não conseguia entendê-lo ele me puxava para me mostra o que queria. No final do ano de 2007, como ele estava na 1ª série de Nove anos, que não "roda", ele progrediu para a 2ª série. Gosta de cantar, dançar, ouvir histórias, brincar de dirigir carro, ficava um tempo brincado com um volante de brinquedo. Na hora do trabalho ele quer participar, pega seu caderno, lápis, faz uns pontinhos nas linhas como se estivesse escrevendo. Seus traçados são de garatujas, gosta de massa de modelar, pintar com tinta, recortar. É carinhoso com a professora e com alguns colegas, as crianças tem receio dele porque às vezes ele agride ou empurra, adora jogar futebol na educação física e no recreio.
Neste ano, ele está repetindo a 2ª série, ele está mais acostumado na escola, fica mais tempo na aula.
Neste ano de 2009, Josias (nome fictício) está repetindo a 2ª série, segundo Avaliação Pedagógica da E. M. E. E. Cebolinha, dentro das suas potencialidades ele está permanecendo em atividades de concentração durante todo o tempo, envolvendo-se nos jogos com regras simples de dominó, encaixe e contagem, desenho da figura humana, comparação de figuras e reconhecimento de seus pares.
- Diferencia escrita e desenho.
- Na classificação de cores, agrupando-as e nomeando-as.
- Está interessado na contagem em sequência, associando ao barulho da peça caindo ao encaixar.
ADAPTAÇÕES NÃO SIGNIFICATIVAS DO CURRÍCULO
Organizativas:
Necessita do auxílio direto da professora, em atividades diárias de leitura e escrita. Precisa de: no mínimo, uma atividade personalizada por dia com intervenções sonoras, de segmentação e estrutura da palavra, frases e textos.
A organização de agrupamentos necessita de trabalhos em duplas, onde conte com um colega que o questione e interaja com a atividade, levando-o a focalizar sua atenção e ater-se à segmentação de sílabas em palavras e sonorização de fonemas. Necessita ainda de agrupamento onde possa exercer suas habilidades. É importante demonstrar seu conhecimento a dupla, e com isso, coloca-se no lugar, não só de aprendente como de ensinante
Á organização do espaço Josias necessita de espaços organizados, com antecipação das atividades, seguindo uma sequência. Quando houverem alterações na rotina, deve-se dialogar antecipadamente, orientando-o para novos passos.
Modificação da temporalidade O tempo de realizar as tarefas é mais longo, devido a sua distração. Porém é capaz de acompanhar a mesma proposta da turma se estiver acompanhado ou pela professora ou por algum colega.
A priorização de área ou unidades de conteúdos As áreas do conhecimento que necessitam ser priorizadas diz respeito ao português, a matemática e psicossocial.
Nos procedimentos pedagógicos é necessário acompanhamento individual, intervenções orais e manutenção da auto-estima.
O Josias necessita de adequações de técnicas e instrumentos que facilitem suas respostas e construções, na oralidade ou através de jogos pedagógicos. Neste caso é recomendável avaliações individualizadas, com a leitura, feita pela professora, dos enunciados e ordens e favorecimento de atividades com material concreto.
Outros Recursos:
· Encaminhar para a saúde do trabalhador, para atendimento continuado com o serviço de fonoaudiologia.
· Aconselha-se o acompanhamento quinzenal com o serviço de Orientação educacional para o Josias e mensal para sua família;
· Indica-se o trabalho em laboratório de aprendizagem.
Comments (1)
fernanda.pead@... said
at 3:45 pm on Apr 21, 2009
Oi Marly!
A compreensão do que se passa com o aluno auxilia muito a pensar nos meios de intervir e auxiliá-lo efetivamente em suas aprendizagens. Conte-nos mais sobre este aluno: seu processo de aprendizagem, interação com as outras crianças. Hoje ele está no terceiro ano? Agora é só dar seguimento ao dossiê com a atividade da unidade dois. Sugiro que no seu wiki pessoal, cries um link no sidebar para o dossiê. Bom feriado!
Abraços, Fernanda.
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