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Dossiê da Eliete

Page history last edited by Eliete Lemos Cardoso 14 years, 9 months ago

 

Trabalho com alunos com necessidades especiais há 24 anos, mas estou sempre aprendendo, o conhecimento não é estanque. Todo o dia acontece algo que me faz pensar, refletir. Agora o assunto mais discutido é sobre a inclusão. Assunto este, que faz parte de muitas inquietações e de muitas dúvidas.

 Começo com o seguinte questionamento e logo em seguida coloco um resumo de nossas discussões (na escola em que trabalho):  

Como está sendo feita a inclusão de alunos com necessidades especiais que nunca tiveram contato com as classes regulares? É necessário algum tipo de adaptação?

Na perspectiva da educação inclusiva, o foco não é deficiência do aluno e sim os espaços, os ambientes, os recursos que devem ser acessíveis e responder a especificidade de cada aluno. Portanto, a acessibilidade dos materiais pedagógicos, arquitetônicos e nas comunicações, bem como o investimento no desenvolvimento profissional, criam condições que asseguram a participação aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Vivemos um tempo de transformação de referências curriculares, que indicam que não cabe ao aluno se adaptar à escola tal como foi construída; a escola é que deve se reconstruir para atender a toda a sua comunidade, da qual fazem parte pessoas com e sem deficiência. Portanto, são necessárias as adaptações nos espaços e nos recursos e principalmente uma mudança de atitude, que já reflitam a concepção de desenho universal, não só na estrutura física das escolas, como também no desenvolvimento das práticas de ensino e aprendizagem e nas relações humanas. Daqui para frente, sabemos que a inclusão será obvia, as escolas receberão mais e mais alunos, então o governo, nas três esferas, têm a obrigação de oferecer o mínimo de preparo para o professor que estará recebendo este aluno com necessidades especiais.

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Quando um professor sem formação especial para lidar com alunos com necessidades especiais recebe um aluno em sua sala de aula nestas condições, regra geral, o recebe sob pressão social e sofre com seus sentimentos de impotência e desamparo, que em última análise, retratam o luto de Sommers, pois o professor não pode dizer que não aceitará aquele aluno.

Hoje, a escola não pode deixar de matricular o aluno com necessidades educacionais especiais, sob acusação de prática de preconceito. Nem todas as leis têm sido cumpridas na sociedade brasileira, mas as contra o preconceito têm sido implacáveis. E o professor com medo, não tendo ou não sabendo a quem recorrer, chega a pedir demissão da escola (isto aconteceu recentemente com uma professora da rede). Nestes casos, o professor tem que exigir o serviço de apoio especializado garantido na LDB e na Resolução do Conselho Nacional de Educação (LDB 9.394/96, Art. 58 &1º, Resolução CNE/CEB Nº 2/2001, Parágrafo Único do Art. 1º, Art. 8º, IV V e Art. 13).

Se, com a nova legislação, o professor passa a ter novas obrigações profissionais, os governos também têm suas responsabilidades que não podem ser negligenciadas. É preciso lembrá-las e cobrá-las. 

 

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             Aqui irei relatar a minha experiência com a Educação Especial 

Quando terminei o Magistério, em 1982, nunca me imaginei trabalhando em uma escola especial, não havia sido para isto que estudei e me formei. Trabalhei em 82 (estágio), 83 e 84 em uma escola regular. Em 84 engravidei e pedi remanejo para uma escola mais próxima da minha casa. Fui na SMEC (hoje SMED) e fiz o pedido. Teria que colocar o nome de três escolas, mas eu coloquei somente duas, a secretária mandou que eu preenchesse a terceira escola com a Escola Cebolinha, na mesma hora eu disse não,  que nesta escola eu não queria, mas ela me disse que era só para ficar preenchido e que eu não seria mandada para lá. Fiquei então, mais tranquila. Decorridos alguns dias, fui ver para qual escola eu havia sido remanejada. Para minha surpresa, fui para e Escola Cebolinha, justamente a escola que eu não queria. Imediatamente disse não, para lá não vou. Fui falar com a secretária de educação que me falou o seguinte: Te dou uma semana, se não te adequares, te mandarei para outra, mas tenta antes de recusar. Saí de lá muito angustiada e com muita raiva por achar que havia sido traída.Bom, março chegou e lá fui eu. Cheguei e fui conhecendo as pessoas que lá trabalhavam, somente no dia seguinte iria conhecer os alunos. Me agarrei com uma amiga que lá trabalhava, naquele momento, ela era meu porto seguro. Os alunos chegaram, fui os recebendo com muita reserva, pois não sabia o que iria acontecer, conversando, me assustando com alguns comportamentos, mas tudo foi passando, o meu preconceito diminuindo (sim, PRECONCEITO). Fui vendo aqueles adolescentes com outros olhos, de uma maneira diferente de como eu os imaginava. Digo adolescentes por que naquele tempo eles chegavam com 15/16/17 anos, raros eram as crianças. Bom, o tempo foi passando, a escola sofrendo grandes modificações, os professores mais empenhados com a aprendizagem de seus educandos e então, se passaram 24 anos. Estou lá todos estes anos, acredito que terminarei a minha caminhada lá. A Educação Especial é encantadora, trabalhar com alunos muito diferentes uns dos outros é um desafio, mas um desafio maravilhoso. Descobrir suas potencialidades é mágico. Normalmente, durante estes anos todos, trabalhei e trabalho com alunos menores, 3/4/5 anos, me identifico muito com o trabalho realizado com eles. Cada dia aprendemos mais, eu com eles, e eles comigo, a troca que existe entre nós é fantástica. É um trabalho cansativo? sim; frustrante? sim; mas muito gratificante também. Frustrante por que não recebemos as respostas imediatas, mas gratifcante quando percebo em algum momento a resposta de algo que lhes mostrei a algum tempo atrás.Hoje percebo que a mentalidade da populaçao mudou bastante, não o suficiente para que não sejam chamados de coitadinhos, mas já considero que melhorou muito. Antigamente as mães saiam das praças com seus filhos quando nós chegávamos com nossos alunos, hoje isto já não acontece, ao menos não é tão visível.Atualmente a nossa escola não recebe somente alunos com deficiência mental, mas sim com múltiplas deficiências, crianças estas, que eram trabalhadas somente na fisioterapia por não terem condições de frequentarem a sala de aula. A escola teve que se reorganizar e fazer inúmeras adaptações para atender a estes educandos, pois nós, como as escolas regulares, não estávamos preparados para trabalhar com eles. Neste novo momento de nossa escola, também podemos nos considerar uma escola inclusiva.Irei colocar fotos de alguns alunos: ( quando conseguir inserir, colocarei) 
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Data 17/04/09
Unidade 2 
Trabalho na Escola de Educação Especial Cebolinha há 24 anos. Está localizada no centro de Gravataí e existe desde 1969. Seu funcionamento se dá no prédio da APAE e trabalha em parceria com a mesma.Trabalhamos com alunos com deficiência mental e deficiências múltiplas. Possui hoje, 255 alunos matriculados sendo 177 frequantando sala de aula e o restante em atendimentos de Fisioterapia e Estimulação Precoce. Os alunos que estão inseridos na sala de aula e precisam do atendimento de fisioterapia, por exemplo, o tem. A escola possui profissionais das seguintes áreas:
-Fonoaudiologia;
-Psicologia;
-Neurologia;
-Fisioterapia;
-Estimulação Precoce;
-Pediatria;
-Terapia Ocupacional;
-Serviço Social.
Estes profissionais atendem os alunos que necessitam das suas intervenções. A equipe pedagógica é formada por 29 professores, sendo 9 deles com 40 horas.
Nossa organização curricular se dá por Etapas, sendo assim constituída:
-Etapa 1 nível 1, 2 e 3;
-Etapa 2 nível 1, 2 e 3:
-Etapa 3, nesta etapa funcionam  uma Fábrica de Chocolates, uma Oficina de Reciclagem e uma turma de Artes Culinárias.
-Etapa Transitória que funciona desde 2008. Esta sala foi criada para atender crianças que até então eram atendidos somente na fisioterapia, pois são crianças com deficiências múltiplas, com um comprometimento bastante severo.
A escola precisou fazer muitas adaptações para recebê-los, pois precisávamos nos adequar a esta nova realidade e a estes novos educandos. A inclusão também acontece dentro de uma Escola Especial.
Temos ainda um serviço de apoio pedagógico que é composto por um Laboratório de Informática, uma Brinquedoteca e o SAPE ( Sala de Apoio Pedagógico). As crianças de 0 a 3 anos ( ou 3 anos e 11 meses), são trabalhadas na estimlação Precoce, e, quando estão preparadas  para o trabalho em grupo, são encaminhadas para a sala de aula desta escola ou passam a frequentar os Centros de Educação Infantil. Quanto ao diagnóstico dos alunos, são vários, mas nem todos são definidos ou esclarecidos. Eis alguns:
-Atraso Desenvolvimento Neuro Psico Motor(A.D.N.P.M.); Síndrome de Down; Microcefalia com Hemiparesia à Direita; Hidrocefalia; Síndrome de Willians; Síndrome de West; Paralisia Cerebral; Citomegalovírus Congênito; Sequela de Meningite; Deficiência Mental Leve com Distúrbio Psiquiátrico Associado; Hipotireoidismo Congênico; A.D.N.P.M. por Anóxia Perinatal; Síndrome do Braço Curto do Cromossomo 9; Síndrome de Duchenne; Síndrome de Turner; Tetraparesia com Espasticidade de Msis; Sequela de Mielomeningocele Lombar; Síndrome de Wagr; A.D.N.P.M. por Anóxia neonatal; A.D.N.P.M. por possível síndrome genética (em investigação), entre outras.
Este ano trabalho com uma turma de Etapa 1 nível 2 (suas idades variam de 5/6 anos), pela manhã e  Etapa 1 nível 1 (suas idades variam de 3/4 anos) à tarde.
Já a algum tempo vínhamos sentindo necessidades de começar a incluir alunos com deficiências múltiplas, então, o perfil de nossos alunos mudaria, pois antes recebíamos alunos somente com deficiência mental e hoje recebemos alunos com deficiências múltiplas. Nossa escola teve que se adequar para cumprir a lei da inclusão, mas ainda falta muito. Quando discutimos nosso PPT e Regimento Escolar já vislumbramos o atendimento à estes novos educandos. O trabalho com eles se dá em turno integral ou horário reduzido, pois temos que respeitar suas limitaçãoes. Assim como os professores das escolas regulares que se dizem não estarem preparados a trabalhar com o aluno especial, nós também não estávamos preparadas para trabalhar com este tipo de aluno, tivemos que nos organizar e nos preparar para recebê-los. Assim como a escola, que teve que fazer várias adaptações para que pudéssemos dar o mínimo de condições e acessibilidade para este aluno. Mesmo assim algumas coisas ainda não mudaram, pois temos alunos que são usuário de cadeira de rodas que não podem participar do Laboratório de Informática e do Auditório por que estas salas ficam no segundo piso. Quando vejo e ouço as pessoas falando que na escola regular é difícil ter um aluno especial por que lá não terão a acessibilidade que precisam, nós da escola especial também não o temos, mas temos que fazer o possível para driblar estes percalços. Depois de ter feito a leitura dos textos, percebi que ainda temos um caminho muito longo a percorrer, muitas coisas para construir e elaborar, até que esta inclusão seja feita de fato, não para somente obedecer a uma lei, mas quando estivermos realmente preparados para receber este aluno, sem medo, sem receios. Quando as escolas e toda a comunidade escolar estiverem preparados para receber este aluno, seja ele especial ou não. 

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Complemento da atividade referente à minha escola, Unidade 2.
 A Escola Municipal de Educação Especial Cebolinha mantém o Ensino Especializado para Crianças com Necessidades Educativas Especiais na área da Deficiência Mental, associada ou não com outras deficiências. Com atendimento de crianças de zero a 18/21 anos. Quanto às adaptações arquitetônicas, mesmo sendo uma escola especial, ainda deixa bastante a desejar, pois o prédio tem dois pisos e os alunos cadeirantes ficam impossibilitados de participarem, por exemplo, do laboratório de informática e das atividades realizadas no auditório, pois ambos localizam-se no andar superior e não temos elevador. O corpo docente é formado por 29 professores, sendo que 9 professores trabalham 40 horas na instituição. Temos um total de 15 turmas pela manhã e 14 turmas no turno da tarde. Um auditório, refeitório, sala dos funcionários, duas salas de psicologia, duas salas de fonoaudiologia, duas salas de atendimento pedagógico especializado, sala de fisioterapia, duas salas de estimulação precoce, sala da direção, sala da supervisora junto c/ a coordenação pedagógica, brinquedoteca, salas da fábrica de chocolate, casa (uma sala grande que foi transformada em uma casa, com sala cozinha e banheiro, onde funciona como sala de aula e também como mestre cuca, (onde os alunos aprendem a fazer experimentos culinários). Cada profissional atende conforme sua especificidade, tendo uma sala para este atendimento. Temos uma brincotecária com 40 horas, que atende todos os alunos, aonde a prô regente participa junto, assim como no laboratório de informática (este estamos somente com uma professora de 20 horas, no turno da tarde). As turmas são formadas do seguinte modo: 
Temos as etapas transitórias, que são crianças com ensino individual, com dias e horários alternados (crianças com deficiências múltiplas e severas). Algumas  dessas crianças a professora leva em uma sala de aula,  afim deste aluno participar em atividades num grupo.
-Etapa 1 – Nível 1 - Formada por 5 alunos, são crianças que saem da estimulação precoce, ou que vem de fora da escola em média 3anos e 9 meses até mais ou menos 5 anos.
-Etapa 1 – Nível 2 - Formada por 7 alunos, são crianças que vêm da Etapa 1 – Nível 1, de 5anos até mais ou menos 7 anos.
-Etapa 1- Nível 3 -  Formada por 8 alunos, são crianças  com 7anos a 8 anos mais ou menos.
-Etapa 2 – Nível 1 - Formada por 8 alunos, são crianças com mais ou menos 8 anos a 9 anos.
-Etapa 2 – Nível 2 -  Formada por 8 alunos pré- adolescentes com mais ou menos 9 anos a 12 anos.
-Etapa 2 – Nível 3  -  Formada por 8 alunos, adolescentes entre 12 a 14 anos.
-Etapa 3 - Oficina de reciclagem formada por 8 alunos por turno, alunos maiores de 14 anos.
-Etapa 3 - Fábrica de chocolate tem em média 6 alunos por turno, alunos maiores de 14 anos.
Temos uma turma com alunos maiores, na faixa de 14 anos a 21 anos, são alunos que serão encaminhados para outro local ou para o mercado de trabalho.
Observação:Temos também alunos que demonstram condições de trabalho (18 anos), então são orientados e ancaminhados para estágios, em algum órgão da própria prefeitura e ou outro local. Os alunos encaminhados para estágio recebem supervisão de uma psicóloga da escola. Os atendimentos que o aluno necessita, é feito quando possível fora do horário de aula, em turno inverso, na impossibilidade dos pais trazê-los, optou-se por atender dentro do seu turno. O Serviço de atendimento Pedagógico Especializado da escola, (SAPE) atende alunos da escola com futuras indicações para a rede regular, e também os alunos que foram encaminhados para o ensino comum, normalmente por um ano, assim como a fono e psicologia. Após este tempo a mantenedora é que deve dar conta destes atendimentos, no ensino regular.                        
Eliete Lemos Cardoso 

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Unidade 3 - Educação Especial - Parte A: Serviços de atendimento Educacional Especializado

 

Planilha dos Atendimentos Especializados que o Município de Gravataí oferece para as crianças e seus familiares.

Este material foi fornecido pela SMED Gravataí

 

Os serviços especializados são:

1) Material da SMED Gravataí - Atendimentos a Rede Municipal

Público alvo: crianças e adolescentes

Especialidades atendidas: Neurologia  Fonoaudiologia e oftalmologia.

 

a) Neurologia: A escola deve entrar emcontato com o serviço social e agendar atendimento, informando dados sobre o educando e informar o motivo do encaminhamento.

 

b) Fonoaudiologia: A escola deve encaminhar o aluno para a triagem para o mesmo realizar uma avaliação.

 

c) Oftalmologia: A escola deverá fazer um teste de acuidade visual e encaminhar a ficha de encaminhamento para o serviço social.

 

2) CEACAF - Centro de Atenção a Criança, Adolescente e Família.

População Alvo: Crianças, Adolescentes e Família.

Especialidades atendidas: Psicologia, Psiquiatria, Psicopedagogia, Serviço Social, Neurologia, Hebiatria e Terapia de Família.

 

3) CAIS MENTAL

Público Alvo: Adulto

Especialidades atendidas: Psiuiatria, Psicologia e Serviço Social.

 

4) CEAC - Centro de Ações Coletivas

Tipos de projetos e programas oferecidos:

 

*Programa DST - AIODS

 

*Atendimento Infectológico

 

* Consultas, coletas de exames

 

* Atendimento psicológico

 

* Atendimento Social

 

5) CAPS - A/D - Centro de Atendimento Psicossocial em Álcool e Drogas 

Público Alvo: Adultos

Especialidades atendidas: Psiquiatria, Psicologia e Serviço Social.

 

6) Central de Especialidades

Público Alvo: Crianças, Adolescentes e Famílias.

Especialidades: Cardiologia, Neurologia, Ortopedia, Dermatologia, Urologia, Pneumologista Infantil e Eletrocardiograma.

 

7) Centro de Saúde dos Trabalhadores

Grupo Operacional - Atendimento dentro da área operacional e auxílio às unidades básicas das especialidades de traumatologia, otorrinolaringologia e fonoaudiologia.

 

8)Conselho Tutelar de Gravataí

Público Alvo: Criança e adolescentes em situação de risco, vítima de violência, maus tratos e negligência.

 

9) CEDUGRA - Centro de Educação de Gravataí

Público Alvo: Crianças e adolecentes

Especialidades: Psicologia e Psicopedagogia

 

10) CAEPSY - Centro de Atendimento e Estudos em Psicologia

Trabalha com atendimento psicológico de compreensão psicanalítica, oferecendo serviços de psicoterapia individual, grupal, para casais e família.

 

Psiquiatria - Trabalha com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças mentais, sejam elas de cunho orgânico e funcional.

 

Psicopedagogia - Tem como foco o trabalho com as dificuldades de aprendizagem, atendimento a crianças e adolescentes.

 

Fonoaudiologia - A terapia fonoaudiológica trabalha as dificuldades no desenvolvimento da linguagem, da fala e da voz.

 

Inclusão de Pessoas com Deficiência - O CAEPSY participa de todo o processo de inclusão, desenvolvendo um programa específico de preparação da equipe para receber e conviver com os novos colegas.

 

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Unidade 3 - Educação Especial - Parte B: Estudo de Caso 

 

Este estudo de Caso se refere a meu aluno V. A., da Escola Municipal de Educação Especial Cebolinha, frequenta a Etapa 1 nível 2.

 

Nome: V. A. S. S.

Data de nascimento: 03/12/03

Sexo: Masculino

Diagnóstico: Foi encaminhado para exame genético em Porto Alegre

Filiação: Maria e José Carlos (nomes fictícios)

Nº de pessos na família: 10 pessoas

Data de início das avaliações: 20/10/2008

Data de ingresso na escola: 02/03/2009

 

 Avaliação de ingresso (2008)

V. A. S. S., nascido em 05/12/03, atualmente com 5 anos incompletos, veio encaminhado pela Central de Vagas para avaliação fonoaudiológica. Feito a primeira avaliação, a fonoudióloga Jussara achou necessário uma avaliação geral por suspeita de DM. A mãe havia ido buscar a Central de Vagas, pois desejava colocar o filho numa creche e poder trabalhar. V é fruto de uma relação de estupro da mãe qundo tinha apenas 15 anos ( hoje com 20 anos) com um tio (40 anos). Este último não tem qualquer contato com a mãe ou o filho, apesar de ter tentado na Justiça obter a guarda do menino. A família também o  isolou. O menino mora com sua mãe na casa dos avós maternos, a avó é  do lar e o avô, trabalha. Moram ainda os irmãos da mãe, um rapaz de 19 anos que trabalha e duas irmãs, uma com 14 e outra com 11 anos, ambas estudando.

A mãe está agora com um companheiro de 20 anos.

A mãe de V descobriu a gestação quando já contava com 5 meses de gravidez. Fugiu de casa na época, pois a família era muito rígida. O tio a amparou, mas tornou-se muito possessivo e batia nela, não a deixando fazer nada nem conviver com ninguém.

A mãe era portadora de toxoplasmose e não sabia, tendo descoberto na época que fazia o pré natal. Parto a fórceps no HNSC, pois o bebê tinha muito peso. Machucou a cabeça do bebê. Alta em dois dias. Mamou no seio por dois meses. Iniciou marcha com 1 ano e 8 meses. Nesta época, mãe tinha retomado à casa paterna e foi acolhida pelos pais que souberam da história, rompendo relações com o pai de V.

Como o menino não fala nada e sua irmã com 1 ano e 8 meses fala udo, a mãe iniciou exames ano passado. Fez RX de crânio (HDJB - 2007) normal, exames de sangue normais, VDRL não reagente, TSH e Tiroxina T 4 normais. Médicos não encontraram explicação. Uma pediatra agora o encaminhou para exame genético em Porto Alegre, que está marcado. Já teve gripes fortes. Operou hérnia no ano passado no HNSC. Tem marcado audiometria dia 19 no Central de Especialidades. Não usa medicação, mas a mãe diz que ele frequentemente cai e fica tremendo no chão (palavras da mãe???). Nunca consultou neurologista ou fez EEG. Não consegue comer pela mão. Não mastiga os alimentos, engolindo inteiro. Usa fraldas, não tem controle esficteriano. É extremamente agitado, não para nunca, mãe tem que estar sempre de olho nele. Não gosta de brinquedos nem de TV. Prefere ficar no portão olhando os movimentos da rua. Não briga com a irmâ nem é agressivo com outras crianças. Quando não está no colo da mãe fica calmo. Iniciou fisioterapia em 16 de outubro na Clínica de Reabilitação por indicação da Pediatra Ana Cecília de Porto Alegre. Dorme bem à noite, mas a tarde recusa-se a deitar. Se o forçam, morde-se. Não deixa que lhe cortem o cabelo, sendo necesário que várias pessoas o segurem. Não tem noção de perigo. Não tem BPC. Ao exame: não fez nada. Agitado enquanto no colo da mãe, dando tapas, forçando a mãe a soltá-lo. Pega tudo e leva a boca. Não explora objetos, apenas os pega e larga praticamente sem olhar jogando longe. Não obedece ordens. Não fala nada, apenas emite alguns sons. Não desenha, nem rabisca. Não se interessou por brinquedos. Aceita o toque por pouco tempo. Sorri sem motivo aparente. Em alguns raros momentos pareceu estar ouvindo (a mãe afirma que ele ouve). Minha primeira impressao é de possível quadro de deficiência mental por toxoplasmose ou perda auditiva. Não há como precisar se é realmente DM, mas por não executar nenhuma atividade, tudo indica que sim. Além disto, a presença da toxoplasmose materna é sugestiva.

 

Neste ano, 2009, V começou a frequentar a escola, agora com 5 anos completos. É um menino muito agitado e parece ter prazer em quebrar, atirar, derrubar tudo o que puder alcançar. Não há por parte de V nenhum interesse nos brinquedos ou atividades propostas em sala de aula.

Suponho que o menino compreende o que digo ou solicito, descarto assim a idéia de surdez, pois ao movimentar brinquedos sonoros, V volta-se para o brinquedo e fixa o olhar no mesmo. Também noto  a dificuldade na fala e me pergunto, sabendo que o menino "ouve", se o problema da fala não seria por ter um comprometimento mental mais grave.

Na continuidade de minhas observações pude notar que o menino não tem consciência de si mesmo, pois ao se olhar no espelho ficou analisando sua própria imagem vagarosamente, se atendo em detalhes do seu corpo. 

V tenta destruir tudo o que pega, jogando para longe, não se importando com os colegas que estão na sala.

 Alguns momentos V morde as mãos, que já estão bem marcadas ecalejadas pela força que faz e neste momento parte para agredir seus colegas, precisando da minha intervenção bastante incisiva para que ele não machuque os mesmos. V ao entrar na sala logo pegou uma caixa de brinquedos e tirou tudo de dentro, saiu, derrubou todas as cadeiras, rasgou a folha de atividades do colega e atirou meu material todo no chão, tudo isto em sequência. Em alguns momentos da tarde, V para e parece que está com sono, mas isto por pouco tempo, sua inquietação não o deixa descansar. 

Estamos ainda esperando o exame audiométrico para realmente descartar qualquer comprometimento auditivo. O exame genético está marcado, mas ainda levará um tempo para ser realizado.

 

 

Realizei  na atividade acima (Estudo de Caso) algumas complementações, conforme orientação indicada na Unidade 4, em 21/05/2009.

 

08/06/2009 (Unidade 5)
No último dia 21/05 pedi uma reunião com a coordenação pedagógica e direção da escola para tratarmos sobre o aluno V.A. Deixei claro minha preocupação em relação a este menino e sua relação com os colegas. V.A. nestes dois meses, não conseguiu se relacionar ou interagir com os colegas. Sua maneira agressiva estava cada vez mais séria, os colegas não conseguiam relaxar para fazer qualquer atividade, ficavam olhando para o colega com medo que o mesmo os agredisse. Relatei que eu estava "brincando" de trabalhar, pois passava todo o tempo não permitindo que V agredisse seus colegas, cuidando para que ele e seus colegas não se machucassem. Quando V não conseguia agredir seus colegas, agredia a mim. Esta situação chegou em um estágio insuportável, pois V também estava sofrendo, mostrava-se muito ansioso, chorando muito, não conseguindo parar um só momento, corria, caminhava, pulava e fazia um mesmo som o tempo todo.  Hoje, o menino está iniciando um atendimento individual com uma terapeuta ocupacional. A mãe de V também está recebendo atendimento do setor de Psicologia para resgatar o amor por seu filho, pois ela se sente ainda muito humilhada com a situação de estupro que  sofreu, e, queira ou não, este filho está aí para que ela não esqueça o que lhe aconteceu (estas foram palavras da mãe). 
   

21/06/09 (unidade 6)

V.A. atualmente está em atendimento individual, como relatei na unidade 5.

O menino teve até agora 3 atendimentos individuais. Sua terapeuta tentou, no segundo encontro,levá-lo em uma turma, por pouco tempo, mas não teve sucesso, pois o menino comportou-se da mesma maneira que eu havia relatado. Tentou agredir os colegas e  a própria terapeuta. Então, Sônia teve que retirá-lo da sala antes que o menino entrasse em surto ou machucasse alguma criança.

Conversando com a terapeuta, ela acredita que a terapia com V.A se estenderá por todo este ano. Quando me encontro com o menino na escola, ele se mostra muito carinhoso comigo, me beijando, abraçando, sorrindo e me olhando fixo nos olhos, mas quando lhe pergunto se quer voltar para a nossa sala, ele sacode a cabeça dizendo que não.

Os atendimentos com a mãe, se dão concomitante ao atendimento de V.A., enquanto o menino é atendido por Sônia, a mãe é atendida pelo setor de Psicologia. São vários os tópicos a serem trabalhados com esta mãe, principalmente fazer o resgate de amor com seu filho. Sempre quem participa das reuniões da escola é a mãe de V.A., pois ela é realmente a pessoa que é responsável por ele. A mãe é bastante participativa, sempre vindo a escola quando solicitada. Mesmo, que neste momento, V.A. não esteja vindo de kombi, a mãe não deixa de trazê-lo aos atendimentos. A mãe se coloca sempre muito interessada com o que está acontecendo com seu filho, sempre conversamos

bastante, pois como eu tive o primeiro contato com V.A., ela confia muito em mim. 

 


Complemento e conclusão referente à Unidade 7.

Quanto à avaliação:

 

A avaliação é realizada no dia-a-dia com nossos alunos, no decorrer de todo o semestre letivo, levando em conta seu desenvolvimento em todo o processo ensino aprendizagem. O semestre culmina com o conselho de classe, onde participam todos os profissionais que atendem os alunos desta turma. Faz-se um parecer descritivo que será entregue aos pais.

 

Concluindo:

 

Como já falei em vários momentos deste dossiê, trabalho em escola especial e nestes anos todos de trabalho já consigo entender com mais clareza as dificuldades e potencialidades desta pessoa com necessidades educativas especiais.

Em relação ao estudo de caso que escolhi para trabalhar, irei relatar alguns encaminhamentos que fizemos no conselho de classe.

No dia 1º de julho foi realizado o conselho da minha turma de etapa1 nível 1, onde V.A. estava inserido. Neste conselho participaram todos os profissionais que atendem meus alunos, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogo, e a terapeuta que atende o aluno V.A. Ela nos relatou que o menino está tendo alguns progressos neste atendimento individualizado, já não se mostra mais agressivo, não chora tanto, já consegue fazer algumas trocas com ela, consegue pegar o brinquedo para manuseá-lo e não mais para jogar longe. Mas, quando ela o levou novamente para uma turma para ver qual seria sua reação, V.A. se mostrou bastante agressivo, chorou muito, e demonstrou o tempo todo querer sair dali. O que concluímos é que V.A. realmente precisa de uma continuidade deste atendimento individual, pois assim está tendo os benefícios e progressos que almejamos para ele. Este trabalho visa a médio ou longo prazo que o menino retorne para uma turma assim que conseguir suportar ficar mais tempo com outras crianças. Pudemos finalmente constatar, que o encaminhamento dado ao menino baseado nos primeiros meses do ano letivo, serviu para que percebêssemos o quão importante é fazer uma avaliação detalhada dos alunos diariamente e ter a sensibilidade de perceber o que é importante para aquele aluno naquele momento.

 

 


 

 

 

 

 

 

 

Comments (9)

Mara Tavares said

at 9:51 pm on Apr 20, 2009

Eliete, não precisa enviar convite pra ninguém, tua página já está num espaço coletivo que é o cantinho da Inclusão, a hora que a tutora ou a professora tiverem que chegar aqui, elas chegarão, fica calma!
Bjs no coração, Mara.

Daniela said

at 8:14 am on May 1, 2009

Bom dia Eliete,
Estou fazendo o teste. Bom feriado para você.
Abçs,
Daniela

Janaína Siviero Ribeiro said

at 4:30 pm on May 3, 2009

Olá, Eliete!

Para que fatos como esse (da demissão da professora da tua escola) ocorram com menos frequência é fundamental que as professora continuem com sua formação e conheçam os meios qie devem existir para auxiliar na inclusão. No momento que conhecemos novos caminhos e os serviços que existem em cada rede, percebe-se que existe uma rede para auxiliar no trabaho com os alunos.
O teu dossiê 1 e 2 estão bem adequados ao que foi solicitado nas unidades! PARABÉNS! Fico no aguardo do dossiê3.

Um abraço,

Janaína

Eliete Lemos Cardoso said

at 7:54 pm on May 5, 2009

Olá, Janaína!
Só para esclarecer,a professora que pediu demissão não é da minha escola, mas da rede municipal. Trabalho em uma escola especial e lá todas as professoras tem curso específico na área da deficiência mental.

Janaína Siviero Ribeiro said

at 10:14 pm on Jun 8, 2009

Olá, Eliete!
Teu estudo de caso está bem estruturado, tu tens muitas informações que evidenciam teu envolvimento com o aluno.
Gostaria de saber como conseguiste essas informações que relatas, fizeste entrevista ou buscaste nos arquivos da escola? É importante que tu menciones a fonte no teu relato. Também sugiro que corrija alguns erros de digitação (exemplo: valiação - avaliação) pode escrever por extenso a primeira vez que citares um nome depois podes utilizar a sigla, por exemplo: Deficiência Mental (DM).
Um abraço,
Janaína

Janaína Siviero Ribeiro said

at 10:01 pm on Jun 10, 2009

Eliete,

Fico feliz ue tenhas conseguido essa reunião e que o atendimento seja efetivado. Acredito que com esses encaminhamentos a família tenha um pouco mais de estrutura para lidar com o V. A mãe é muito nova, e deve estar sendo muito complicado lidar com tantos problemas sem ter alguém para compartilhar suas incertezas e medos.

Um abraço,

Janaína

Janaína Siviero Ribeiro said

at 11:40 pm on Jun 21, 2009

OLá, Eliete! Conseguiste concluir teu dossiê até a unidade 6. Pedirei que a professora Daniela leia teu trabalho e faça açgum comentário final.

PARABÉNS pelo teu envolvimento com o teu trabalho!

Abraço,

Janaína

Janaína Siviero Ribeiro said

at 11:50 pm on Jul 8, 2009

OLá, Eliete!

Estou aguardando a conclusão do teu estudo de caso. Assim que o fizeres me anvia e-mail avisando, ok?!

Abraço,

Janaína

Janaína Siviero Ribeiro said

at 9:56 pm on Jul 12, 2009

Eliete,

Foi muito bom acompanhar teu dossiê neste semestre. PARABÉNS pelo trabalho. Teu estudo está concluído!

Abraço,

Janaína

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